quarta-feira, 19 de abril de 2017

SEMENTES, SEMEADURA, SEMEADORES, SOLOS E FRUTIFICAÇÃO


Rev. Adilson Maciel de Araújo

 Marcos 4: 3-9
 Nesta passagem, o Senhor Jesus compara a pregação do Evangelho ao trabalho de um agricultor que sai a semear boas sementes. As sementes são o evangelho, o semeador são os discípulos de Cristo e os solos são os corações humanos; e é nos corações que são travadas as grandes batalhas, nas quais são definidos os destinos eternos. Jesus afirma que as sementes caem em 4 tipos de solos diferentes. Ao cair em solo bom, as sementes nascem e dão fruto em grande quantidade (vv. 8 e 20). Nos outros tipos de solos, a semente é prejudicada pela ação de diversos inimigos. 
 O 1º tipo de solo é denominado de "à beira do caminho" (v. 4) e o inimigo da santa semente nesse tipo de solo é Satanás: "...logo vem Satanás e tira a palavra semeada neles”. O diabo é um inimigo real, pessoal, que fica à espreita, com o objetivo de roubar a Palavra que está sendo semeada. O solo duro, um coração impermeável, endurecido à Palavra que não acolhe nem acoberta a semente, fornecendo o ambiente para sua germinação é presa fácil de Satanás. Isso me remete à pergunta 160, do Catecismo Maior: “Que se exige dos que ouvem a Palavra pregada? "Exige-se dos que ouvem a Palavra pregada que atendam a ela com diligência, preparação e oração; que comparem com as Escrituras aquilo que ouvem; que recebam a verdade com fé, amor, mansidão e prontidão de espírito, como a Palavra de Deus; que meditem nela e conversem a seu respeito uns com os outros; que meditem nos seus corações e produzam os devidos frutos em suas vidas”. Algo é requerido dos que ouvem a Palavra: Eles devem portar-se com receptividade. Semente em terra dura não germina! 
 O 2º tipo de lugar onde caiu a outra semente é solo rochoso (v. 5), uma rocha coberta com fina camada de terra. Os ouvintes do “solo rochoso” são de pouca duração porque não possuem “raiz em si mesmos” (v. 17). Quando a semente lançada não se aprofunda, não produz resultado duradouro, é sinal de que o solo é rochoso. O evangelho chegou e a pessoa, de momento, o abraçou entusiasticamente. Mas veio a realidade, chegaram as dificuldades decorrentes da fé e então a semente semeada morreu antes de produzir fruto salvífico. Nos termos de Hebreus 5, uma pessoa pode ser de certo modo iluminada e inclusive provar algo do dom celestial e, ainda assim, não ser verdadeiramente regenerada. Cristianismo empolgado, pronto a atender a todo tipo de apelos emocionalistas, mas rasteiro; suposta conversão que não produz compromisso, suposto discipulado que não redunda em obediência. Crença fácil, "solo rochoso, não têm raiz em si mesmos”. 
 O 3º tipo de terreno onde a santa semente é lançada é o solo cheio de espinhos. A semente é lançada, mas logo sufocada. Os espinhos, diz-nos o Senhor Jesus, são “os cuidados do mundo, a fascinação da riqueza e as demais ambições” (v. 19). Sementes precisam de um ambiente próprio para se desenvolverem: nutrientes, água, oxigênio, incidência da luz solar. E mesmo depois de germinarem, elas precisam de espaço para lançar suas raízes. Se o solo estiver abarrotado de raízes concorrentes; se elas não conseguirem meios de aprofundar suas hastes a fim de obter provisão, então elas se atrofiam e morrem. Jesus está falando sobre devoção. Devotar-se a algo ou alguém é uma tarefa que denota amor verdadeiro e que absorve os pensamentos, energia, sentimentos, recursos e vontade. E a devoção é absoluta em suas exigências. Não há como se devotar integralmente a duas ou mais coisas ao mesmo tempo. O Projetista do coração humano o criou com espaço para apenas uma devoção central. Em um mesmo coração, não cabem os ídolos bem polidos, alojados nos pequenos altares da alma — escondidinhos dos olhos humanos, mas visíveis aos olhos de Deus. Aqui a Escritura nos alerta para o perigo das coisas que são legítimas em si mesmas, mas quando entronizadas, tornam-se idolatria e sufocam o desenvolvimento da Palavra. Corações cheios de espinhos: A semente é lançada, mas é asfixiada, quase que imediatamente. 
 A mesma semente cai em 4 tipos de solos diferentes; em 3 deles, não prospera. O problema é com o solo e não com a semente, diz-nos o Senhor. Semeadores precisam confiar na eficácia da Palavra inerrante e semeá-la arduamente e de forma fiel, cientes que haverá apenas 25% de aproveitamento positivo. Mas, o Senhor Jesus ensina que o reino de Deus vai progredir. Haverá solos impróprios para a frutificação que serão cavados, tratados e adubados; tornarão solo bom, no qual vingou a semente do evangelho e esta produzirá a “trinta”, a “sessenta” e a “cem por um” (vv. 9, 20). Assim, o semeador precisa dedicar-se com todo empenho e semear a boa semente ciente de que "Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão. Quem sai andando e chorando enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes." (Sl. 126. 5,6)

segunda-feira, 16 de maio de 2011

O mundo vai acabar no dia 21 de maio de 2011!

Está sendo divulgado em vários jornais, que um grupo de evangélicos afirma que Jesus Cristo voltará no dia 21 de maio, o que também levará ao fim do mundo.

O problema nem é a notícia; que soa muitíssimo familiar para a grande maioria dos nossos leitores; mas as pessoas que levam esse povo a sério.

Mas vamos lá porque eu quero explicar o que é mais essa tentativa de se marcar uma data para o “fim do mundo”:

Existe mais um movimento de malucos cristãos que é mais ou menos organizado por transmissões de rádios e websites independentes de igrejas, que estão absolutamente convencidos “pela leitura da Bíblia”, de que o fim do mundo irá começar em 21 de maio de 2011.

Já sei, já sei; eu também li a Bíblia e não há nada lá que fala do fim do mundo ser dia 21 de maio; mas sabe como é, né? Tem gente que jura de pé junto que depois do Apocalipse ainda tem um monte de livros que devem ser levados mais a sério do que a própria Bíblia... Por acaso você conhece alguém?

Continuando; para espalhar a “boa notícia” de que “o mundo inteiro irá se lascar daqui a alguns meses” — eles estão fazendo propagandas por meio de outdoors, pontos de ônibus e entregando panfletos nas esquinas e nas praças. Estão se espalhando pelas cidades dos Estados Unidos e criaram até grupos de missionários para espalhar a notícia do apocalipse na América Latina e na África.

A mentora intelectual de toda essa peripécia é Marie Exley, uma evangélica que já trabalhou na Guerra do Iraque e que começou a ser hipnotizada dar ouvidos a um radio-evangelista chamado Harold Camping, um Senhor de 89 anos, que fez os cálculos de que o fim do mundo é no dia 21 de maio; tudo “baseado nas escrituras”.

Marie Exley entrou em desespero e começou a alardear aos quatro ventos esses cálculos malucos.

Ela disse também que vai comprar uma passagem só de ida para o Iraque; pra terminar a "obra" por lá.

Outros não estão mudando seu jeito de viver, apesar de estarem fazendo propaganda do evento, como é o caso de Allison Warden: “Acho que no fundo ela sabe que isso é tudo mentira, mas sabe como é crente fundamentalista: tudo maria-vai-com-as-outras”.

Ela é a dona do site We Can Know e perguntada sobre o que será se não acontecer nada, a dona do site revela a costumeira lógica: “Se o dia 21 de maio passar e eu ainda estiver aqui, isso significa que eu não fui salva. Isso significa que a palavra de Deus está errada? Nem um pouco.”

Houve alguns eventos parecidos antes e apesar da grande maioria das igrejas evitarem passar vergonha citando uma data para o fim do mundo, alguns se arriscam.

William Miller preveu que o fim do mundo seria em 1843 e posteriormente no dia 22 de março de 1844, que ficou conhecido como o “Grande Desapontamento” entre seus seguidores, alguns dos quais ao invés de morrerem de vergonha fundaram uma Igreja só para os “desapontados” (suspiros) – a Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Eles previram o fim do mundo praticamente todos os anos entre 1843 a 1877, até que a Sr.ª Ellen White veio com uma lorota aí de que Cristo teria mesmo vindo, mas estaria no céu e; fugindo completamente do assunto; começou a anunciar que esse povo devia guardar o sábado ao invés do domingo porque isso seria de alguma forma “mais importante” do que admitir o fiasco de ter servido de falso profeta para o mundo inteiro ver.

Daí então o adventista Charles Taze Russel começou a zombar de Ellen White e profetizou que o fim do mundo seria mesmo em 1914, criando depois de mais uma decepção; os Testemunhas de Jeová.

Aparentemente ele tinha pavor de agulhas também, o que fez com que os TJ ficassem cismados em lidar com sangue e vacinas.

Os dois grupos ficaram mundialmente conhecidos por - além de ficar prevendo o fim do mundo continuamente - dar as mais bizarras justificativas pelo fato dele não ter acontecido.

Fonte: http://exadventistas.blogspot.com/2011/01/o-mundo-vai-acabar-no-dia-21-de-maio-de.html

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Universidade Mackenzie: Em Defesa da Liberdade de Expressão Religiosa

Blog Fiel

A Universidade Presbiteriana Mackenzie vem recebendo ataques e críticas por um texto alegadamente “homofóbico” veiculado em seu site desde 2007. Nós, de várias denominações cristãs, vimos prestar solidariedade à instituição. Nós nos levantamos contra o uso indiscriminado do termo “homofobia”, que pretende aplicar-se tanto a assassinos, agressores e discriminadores de homossexuais quanto a líderes religiosos cristãos que, à luz da Escritura Sagrada, consideram a homossexualidade um pecado. Ora, nossa liberdade de consciência e de expressão não nos pode ser negada, nem confundida com violência. Consideramos que mencionar pecados para chamar os homens a um arrependimento voluntário é parte integrante do anúncio do Evangelho de Jesus Cristo. Nenhum discurso de ódio pode se calcar na pregação do amor e da graça de Deus.

Como cristãos, temos o mandato bíblico de oferecer o Evangelho da salvação a todas as pessoas. Jesus Cristo morreu para salvar e reconciliar o ser humano com Deus. Cremos, de acordo com as Escrituras, que “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3.23). Somos pecadores, todos nós. Não existe uma divisão entre “pecadores” e “não-pecadores”. A Bíblia apresenta longas listas de pecado e informa que sem o perdão de Deus o homem está perdido e condenado. Sabemos que são pecado: “prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, contendas, rivalidades, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias” (Gálatas 5.19). Em sua interpretação tradicional e histórica, as Escrituras judaico-cristãs tratam da conduta homossexual como um pecado, como demonstram os textos de Levítico 18.22, 1Coríntios 6.9-10, Romanos 1.18-32, entre outros. Se queremos o arrependimento e a conversão do perdido, precisamos nomear também esse pecado. Não desejamos mudança de comportamento por força de lei, mas sim, a conversão do coração. E a conversão do coração não passa por pressão externa, mas pela ação graciosa e persuasiva do Espírito Santo de Deus, que, como ensinou o Senhor Jesus Cristo, convence “do pecado, da justiça e do juízo” (João 16.8).

Queremos assim nos certificar de que a eventual aprovação de leis chamadas anti-homofobia não nos impedirá de estender esse convite livremente a todos, um convite que também pode ser recusado. Não somos a favor de nenhum tipo de lei que proíba a conduta homossexual; da mesma forma, somos contrários a qualquer lei que atente contra um princípio caro à sociedade brasileira: a liberdade de consciência. A Constituição Federal (artigo 5º) assegura que “todos são iguais perante a lei”, “estipula ser inviolável a liberdade de consciência e de crença” e “estipula que ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política”. Também nos opomos a qualquer força exterior – intimidação, ameaças, agressões verbais e físicas – que vise à mudança de mentalidades. Não aceitamos que a criminalização da opinião seja um instrumento válido para transformações sociais, pois, além de inconstitucional, fomenta uma indesejável onda de autoritarismo, ferindo as bases da democracia. Assim como não buscamos reprimir a conduta homossexual por esses meios coercivos, não queremos que os mesmos meios sejam utilizados para que deixemos de pregar o que cremos. Queremos manter nossa liberdade de anunciar o arrependimento e o perdão de Deus publicamente. Queremos sustentar nosso direito de abrir instituições de ensino confessionais, que reflitam a cosmovisão cristã. Queremos garantir que a comunidade religiosa possa exprimir-se sobre todos os assuntos importantes para a sociedade.

Manifestamos, portanto, nosso total apoio ao pronunciamento da Igreja Presbiteriana do Brasil publicado no ano de 2007 e reproduzido parcialmente, também em 2007, no site da Universidade Presbiteriana Mackenzie, por seu chanceler, Reverendo Dr. Augustus Nicodemus Gomes Lopes. Se ativistas homossexuais pretendem criminalizar a postura da Universidade Presbiteriana Mackenzie, devem se preparar para confrontar igualmente a Igreja Presbiteriana do Brasil, as igrejas evangélicas de todo o país, a Igreja Católica Apostólica Romana, a Congregação Judaica do Brasil e, em última instância, censurar as próprias Escrituras judaico-cristãs. Indivíduos, grupos religiosos e instituições têm o direito garantido por lei de expressar sua confessionalidade e sua consciência sujeitas à Palavra de Deus. Postamo-nos firmemente para que essa liberdade não nos seja tirada.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Crente "Lady Kate": "Tô Pagano!"

Carlos Moreira

A Revolução Francesa foi sem dúvida um dos eventos mais significativos do mundo ocidental e da sociedade moderna. A França do século XVIII era um país marcado por profundas injustiças sociais. O arcabouço histórico da revolta se construiu em meio a um regime político absolutista, onde a camada inferior da população, formada por trabalhadores urbanos, camponeses e a pequena burguesia comercial, era obrigada a pagar pesados impostos para manter o luxo das classes privilegiadas.

No topo daquela pirâmide estava o clero que, dentre outras prerrogativas, não pagava impostos. Abaixo dele estava à nobreza, formada pelo rei, sua família, condes, duques, marqueses e outros nobres. O rei era absoluto; controlava a economia, a justiça, a política e até mesmo a religião dos súditos. Qualquer tipo de oposição era punida duramente, pois o "contraventor", além de ser enviado a prisão da Bastilha, era, em seguida, guilhotinado.

A insatisfação com aquela situação chegou ao limite em 1789. Vivendo em extrema miséria, a população saiu às ruas com o objetivo de tomar o poder. Avançaram primeiramente para derrubar a Bastilha e, em seguida, invadiram os palácios e as terras da nobreza em busca de tomar o controle do país. Muitos conseguiram escapar, mas a família real foi capturada, e o rei Luis XVI, juntamente com sua esposa Maria Antonieta, foi julgado e guilhotinado em 1793. Nem o clero foi poupado, pois os bens da igreja foram todos confiscados.

Os contornos estruturais que marcaram o desencadeamento da Revolução Francesa são muito parecidos com a situação da Igreja em nossos dias. Como bem disse o sábio do Eclesiastes, as gerações mudam, mas o “espírito” humano permanece o mesmo. Olho para o que está aí e surpreendo-me com tamanha semelhança. Os fatos são arquetípicos além de fenomenológicos.

Se não, vejamos: o que temos em nossos dias que não uma elite espiritual privilegiada, supostamente dotada de pedigree sacerdotal, vivendo no luxo e na benesse, com seus “líderes” – não seria melhor dizer gestores? – e seus cantores – não seria melhor dizer atores? – refestelados em mansões, andando com carros de grife importada, voando em jatinhos e helicópteros, vestindo ternos italianos e comendo das “iguarias da corte”, enquanto a grande massa da população vive na pobreza ou na miséria?

O que temos hoje senão o tráfico de influência religiosa, o conluio político para a concessão de rádios e canais de TV que, supostamente, divulgam o “reino” de Deus, mas que, na prática, apenas aumentam o poder e a riqueza do “reino dos homens”? O que temos hoje senão a prática de se efetuar barganhas com o sagrado operacionalizadas através da cobrança perversa de “impostos celestes” que têm como único alvo o espólio desmedido de gente incauta e desesperada?

Posso continuar? O que temos hoje senão a pregação fraudulenta de doutrinas bíblicas aberrantemente distorcidas, aplicadas de forma maliciosa, com vistas a estimular a crença em promessas absurdas que, supostamente, trarão a solução para problemas financeiros, conjugais, físicos, espirituais e de toda e qualquer outra sorte? O que temos hoje senão a alienação da consciência, o esvaziamento dos valores éticos, o anestesiamento dos “sentidos” do coração e tudo em favor da catarse cultual, da serialização da “vida” e da commoditização da doutrina?

Vou lhe dizer o que penso. O que temos hoje é a anatomia de uma tragédia anunciada se desenhando silenciosamente debaixo de nossos olhos! O que temos hoje é uma multidão de milhões de pessoas sendo pressionadas, roubadas e enganadas por uma gangue de feiticeiros do sagrado. É gente que, iludida, está em busca de um “Deus performático”, uma divindade que está obrigada a satisfazer as demandas de seus “clientes” a qualquer custo.

Eis o maior dos absurdos: Deus colocado contra a parede tendo que cumprir o que, supostamente, está dito em Sua palavra! O Todo-Poderoso sendo vítima de extorsão para realizar milagres de prateleira: é o problema da falta de emprego, da restauração do casamento falido, do pagamento da dívida do aluguel, da eliminação da ação de despejo, do destravamento do processo judicial, da limpeza do nome no SPC, da libertação do encosto encomendado na macumba, e por aí vai... É tanta bizarrice que eu poderia encher um livro com estas loucuras.

Olho para a cristandade e vejo uma multidão de “crentes Lady Kate”. Você sabe de quem estou falando? Trata-se de uma personagem interpretada pela atriz Katiuscia Canoro no programa humorístico Zorra Total da Rede Globo. Lady Kate é uma aspirante a socialite que vive a todo custo tentando entrar para o High Society. Apesar da origem humilde, Kate herdou a fortuna deixada pelo marido, um senador rico, que, desgraçadamente, "bateu a caçuleta". Enfeitiçada com as novas possibilidades que o dinheiro lhe proporciona, Lady Kate vai em busca do "gramour, causo de que grana ela já tem".

O “crente Lady Kate” é aquele ser que quer por que quer que a vida se transforme num passe de mágica e, para tal, está disposto a pagar o “pedágio religioso” para que “seu milagre” se materialize. Minha questão é bem simples: até onde isso vai? Até quando as pessoas que estão sendo iludidas continuarão pagando esta conta? Sim, porque assim como Lady Kate, que usa o bordão “que que é? Tô pagano”, essa “moçada” também vai querer receber o seu bocado, pois, sem dúvida alguma, eles estão pagando, e pagando muito caro!

Quer saber no que eu acredito: acredito que em muito pouco tempo toda esta farsa vai cair! Acredito que esta multidão de gente espoliada e enganada vai se revoltar, assim como aconteceu na Revolução Francesa, pois eles estarão exaustos de pagar tanto “imposto” travestido de dízimo, e não ver nada acontecer. Estarão fartos de ver “pastores”, “bispos”, “apóstolos”, e outras “divindades” enriquecendo a custa de sua inocência, de seu desespero e, não raro, de suas excentricidades.

Espero firmemente que a farsa termine e que a farra acabe! No que depender de mim, como profeta do Senhor, continuarei a denunciar este estelionato, este anti-Evangelho, esta deformação de fé em Jesus Cristo. Estarei incansavelmente pregando, escrevendo, e fazendo tudo o que estiver ao meu alcance para que este engodo seja, em fim, revelado aos olhos de todos.

Minhas orações estão centradas para que Deus, no zelo que tem por Sua palavra e pelo Seu povo, interfira com justiça e juízo sob tudo o que está sendo feito. Meu desejo é que Ele haja logo, antes que venhamos a experimentar o que hoje acontece na Europa, onde as catedrais viraram boates e o povo nada quer saber sobre Jesus.

Na Revolução Francesa, o destino da família real não poderia ser pior: a guilhotina. Fico pensando que destino espera aqueles que estão profanando a Palavra do Senhor e enganando o povo que foi comprado pelo Sangue do Cordeiro? Não desejo nenhum mal a ninguém, mas se esta moçada for parar no inferno, poderá, usando outro bordão da Lady Kate, fazer a seguinte barganha com o capeta: “que que é ô seu diabo! Descola aí um lugarzinho meior pra nós, causo de que grana nós tem; o que só nos falta-nos é o gramour”. Pois é, se isso acontecesse, sabe o que eu acho que o “tinhoso” responderia: “tá amarrado!”.
Fonte: Genizah

domingo, 31 de outubro de 2010

“ECCLESIA REFORMATA ET SEMPER REFORMANDA EST”

Rev. Simonton

Estamos comemorando hoje dia 31, 493 anos de Reforma Protestante. A Reforma não foi uma inovação, ao contrário, a igreja por tanto inovar, buscar novas formas de culto, nos princípios litúrgicos, na soteriologia, na eclesiologia, na Interpretação Bíblica, na ordenação, estava produzindo o distanciamento do cristianismo bíblico, puro e simples. A apostasia tomou conta da Igreja, e as heresias sucumbiram à verdade das Escrituras Sagradas. A Reforma nada mais é do que retorno.
Retorno à Palavra de Deus - a Bíblia não é apenas uma fonte da revelação de Deus ao homem, mas a única regra de fé e prática (Sola Scriptura). Retorno a Cristo - existe um único mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo. Ele é o único Salvador e Senhor e não há salvação em nenhum outro nome (Solo Christos). Retorno Graça - “pela graça sois salvos”. A graça é um dom imerecido de Deus. Somos escolhidos por Deus para a salvação não por causa dos nossos méritos, mas por causa dos méritos do Senhor Jesus Cristo (Sola Gratia). Retorno à fé - a justificação é somente pela fé, independente das obras da lei. A base da salvação não é o esforço humano, mas o sacrifício substitutivo de Cristo na cruz, (Sola Fide). Retorno a Deus - toda a glória somente a Deus. Deus não reparte a sua glória com ninguém, (Soli Deo Gloria). Não podemos esquecer de um princípio importante para nós hoje como Igreja Reformada: “Ecclesia reformata et semper reformanda est” (Igreja Reformada sempre se Reformando). É tempo de reforma, é tempo de retorno, neste século quando algumas igrejas estão descambando para o liberalismo teológico, negando a essência da fé, outros estão se direcionando para o misticismo sincrético, praticando novidades estranhas às Escrituras Sagradas, adotando um outro evangelho, caindo no pragmatismo, querendo sucesso a todo o custo. Líderes seduzidos pela riqueza e glória pessoal. A Bíblia como regra de fé e prática, pura e simples tão enfatizada pelos reformadores, deu hoje o lugar a um evangelho eclético e sincretista, incorporando expressões e ensinos antibíblicos através dos ensinos e pregações proferidas em vários púlpitos de igrejas evangélicas. É fácil ouvir hoje uma ênfase muito grande de práticas, tais como: unção do riso, unção dos órgãos genitais para salvar o casamento, unção da galinha, unção da lagartixa, pessoas grudadas com mãos e caras na parede, quebra de maldições hereditárias, mapeamento espiritual, revelações extrabíblicas, aura mística em torno do número 12, oração forte, oração de poder, a visão celular que é uma espécie de panacéia para os males da Igreja, encostos, banhos de purificação, videntes evangélicos, profetas que cobram consultas espirituais, resultado pseudamente de “revelações do céu”. Calvino, não utilizava instrumentos no Canto Congregacional, pois os instrumentos têm o poder de chamar para si a glória que pertence ao Senhor. Quando uma guitarra sola, uma bateria sobressai, neste momento deixamos de louvor e passamos ao show. O Louvor transformou-se em apresentações: o grupo apresenta, o coral apresenta, a irmã ou o irmão apresenta, tudo glória humana. Vivemos um momento histórico em que os sentimentos pessoais justificam tudo, isto é hedonismo, “o amor é eterno enquanto dura”. Se eu gosto de um estilo, posso apresentá-lo a Deus, e Ele será obrigado a aceitá-lo. Se uma música ou letra me fazem sentir-me bem, então devo apresentá-los a Deus, porque me fazem feliz. Mas, se meu gosto e sentimentos não estão santificados, será que esta adoração me conduzirá ao Senhor, ou apenas a mim mesmo? Afinal adoro e louvo a Deus ou a mim mesmo, meu gosto e meus sentimentos? Não será por isso que não se lê mais a Bíblia? Afinal ela não é uma leitura muito legal, não tenta ser popular nem agradar as pessoas.
Lutero pagou o preço, foi excomungado e condenado a morte. Para sobreviver viveu boa parte de sua vida escondido em um castelo. Somos salvos pela graça de Deus. Este é o evangelho de Jesus Cristo. Este é o evangelho da reforma. A igreja de hoje precisa buscar em Deus ousadia para defender e viver o evangelho tal qual nos foi pregado no passado.

Igreja reformada sempre se reformando, fala-nos do tradicionalismo criativo.
Utiliza-se da tradição, não como autoridade final ou absoluta, mas como recurso importante colocado à nossa disposição pela providência de Deus, a fim de nos ajudar a entender o que a Escritura está dizendo sobre quem é Deus, quem somos nós, o que é o mundo ao nosso redor, e o que fomos chamados para fazer aqui e agora. Precisamos descobrir a indispensabilidade do dogma sobre a igreja. Os Reformadores sempre deram prioridade à verdade.
Ecclesia reformata et semper reformanda est.

Soli Deo Glória

sábado, 30 de outubro de 2010

SOU PROTESTANTE E FILHO DA REFORMA

Rev. Elizeu Eduardo

Protestante não é uma palavra pejorativa – Foi usada para se referir aos cristãos que protestaram em 1529 na Alemanha contra a afirmativa da Igreja Romana em querer reter para si, pela Lei a condição de única verdade de fé. A palavra protestante vem do latim “Pro” – que significa “para” e do infinitivo “testare” = testemunha - Ser protestante é ser testemunha de Jesus Cristo e de sua Palavra. Não se trata de protestar apenas contra os erros da Igreja Romana que exagerava como exagera até hoje em seus ensinos que contrariam a Palavra de Deus. Trata-se de apresentar o novo, o bíblico e a verdade custe o que custar. Tirar o fardo pesado da religião da Mentira de sobre os ombros de um povo cansado, em troca do leve e suave jugo da Verdade que é Cristo Jesus. Hoje o fardo da mentira não está somente na velha e dominante igreja de romana, ela tem novos parceiros na divulgação da opressão religiosa. Vendem-se missas, vendem-se casamentos, vendem-se “alivio” para as almas do “purgatório” mas também em algumas portas largas e caminhos dilatados das religiões exploradoras da boa fé do povo brasileiro vendem-se curas, vendem-se prosperidades. Vendem-se até a moral do povo brasileiro. Temos que nos alegrarmos quando chamados de filhos da Reforma Protestante. Mas devemos fazer jus ao nome. Somos os filhos da esperança com propostas de esperança para um povo sem esperança. Libertar o povo da cega idolatria e das crendices sem perde-los para a religião da magia onde os bruxos vestidos de pastores amarram-nos às superstições e promessas de soluções fáceis, alienando o ser da realidade libertadora, construtiva e salvadora do Evangelho de Jesus Cristo. Nosso protesto foi e deve ser sempre um protesto construtivo e não somente denunciativo. Um protestante tem sempre algo melhor para apresentar e só depois está autorizado para protestar contra o que está errado. Somos o protesto vivo, que deve ser demonstrado com nossa vida e nossos atos, antes de ser demonstrado em caminhadas medíocres e gritos de protestos com vozes desprovidas de caráter e santidade de vida. Somos os filhos da Luz e como tais, devemos deixar um rastro de luz por onde passarmos! E isto, diga-se com total e absoluta certeza, só será possível seguindo no rastro da Graça de Deus.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O colapso do Movimento Evangélico

Ricardo Gondim

Dois pastores paulistas se fantasiam de Fred e Barney. Isso mesmo, fantasiados de Flintstone, entre gracejos ridículos, acreditam que estão sendo "usados por Deus para salvar almas". Na rádio, um apóstolo ordena que tragam todos os defuntos daquele dia, pois ele sente que Deus o "ungiu para ressuscitar mortos".

Os jornais denunciam dois políticos de Minas Gerais, "eleitos por suas denominações para representar os interesses dos crentes", como suspeitos de assassinato. O rosário se alonga: oração para abençoar dinheiro de corrupção; prisão nos Estados Unidos por contrabando de dinheiro, flagrante de missionários por tráfico de armas; conivência de pastores cariocas com chefões da cocaína.

Fica claro para qualquer leigo: O movimento Evangélico brasileiro se esboroa. O processo de falência, agudo, causa vexame. Alguns já nem identificam os evangélicos como protestantes. As pilastras que alicerçaram o protestantismo vêm sendo sistematicamente abaladas pelo segmento conhecido como neopentecostal. Como um trator de esteiras, o neopentecostalismo cresce passa por cima da história, descarta tradições e liturgias e se reinventa dentro das lógicas do mercado. É um novo fenômeno religioso.

É possível, sim, separá-lo como uma nova tendência. Sobram razões para afirmar-se que o neopentecostalismo deixou de ser protestante ou até mesmo evangélico.É uma nova religião. Uma religião simplória na resposta aos problemas nacionais, supersticiosa na prática espiritual, obscurantista na concepção de mundo, imediatista nas promessas irreais e guetoizada em seu diálogo cultural.

Mas a influência do neopentecostalismo já transbordou para o "mainstream" prostestante. O neopentecostalismo fermentou as igrejas consideradas históricas. Elas também se vêem obrigadas a explicar quase dominicalmente se aderiram ou não aos conceito mágicos das preces. Recentemente, uma igreja batista tradicional promoveu uma "Maratona de Oração pela Salvação de Filhos Desviados".
Pentecostais clássicos, como a Assembléia de Deus, estão tão saturados pela teologia neopentecostal que pastores, inadvertidamente, repetem jargões e prometem que a vida de um verdadeiro crente fica protegida dentro de engrenagens de causa-e-efeito. Os "ungidos" afirmam que sabem fazer "fluir as bênçãos de Deus". É comum ouvir de pregadores pentecostais que vão ensinar a "oração que move o braço de Deus”.

O Movimento Evangélico implode. Sua implosão é visceral. Distanciou-se de dois alicerces cristãos básicos, graça e fé. Ao afastar-se destes dois alicerces fundamentais do cristianismo, permitiu que se abrisse essa fenda histórica com a tradição apostólica.

1. A teologia da Graça
Desde a Reforma, protestantes e católicos passaram a trabalhar a Graça como pedra de arranque de um novo cristianismo. O texto bíblico, “o justo viverá da fé”, acendeu o rastilho de pólvora que alterou a cosmovisão herdada da Idade Média. A Graça impulsionou o cristianismo para tempos mais leves. Foi a Graça que acabou com a lógica retributiva que mostrava Deus como um bedel a exigir penitência. Devido a Graça entendeu-se que a sua ira não precisa ser contida. O cristianismo medieval fora infectado por um paganismo pessimista e, por isso, sobravam espertalhões vendendo relíquias e objetos milagrosos que, segundo a pregação, “garantiam salvação e abriam as janelas da bênção celestial”.

Lutero, um monge agostiniano, portanto católico, percebeu que o amor de Deus não podia ser provocado por rito, prece, pagamento ou penitência. Graça, para Lutero, significava a iniciativa de Deus, constante, unilateral e gratuita, de permanecer simpático com a humanidade. Lutero intuiu que Deus não permanecia de braços cruzados, cenho franzido, à espera de que homens e mulheres o motivassem a amar. O monge escancarou: as indulgências eram um embuste. Assim, Lutero solapava o poder da igreja que se autoproclamava gerente dos favores divinos.
Passados tantos séculos, o movimento neopentecostal, responsável pelas maiores fatias de crescimento entre evangélicos, abandonou a pregação da Graça. (É preciso ressaltar, de passagem, que o conceito da Graça pode até constar em compêndios teológicos, mas não significa quase nada no dia-a-dia dos sujeitos religiosos).

Os neopentecostais retrocederam ao catolicismo medieval. É pre-moderna a religiosidade que estimula valer-se de amuletos “como ponto de contato para a fé”; fazerem-se votos financeiros para “abrir as portras do céu”; “pagar o preço” para alcançar as promessas de Deus. Desse modo, a magia espiritual da Idade Média se disfarçou de piedade. A prática da maioria dos crentes hoje se concentra em aprender a controlar o mundo sobrenatural. Qual o objetivo? Alcançar prosperidade ou resolver problemas existenciais.

2. A compreensão da Fé

“A Piedade Pervertida” (Grapho Editores) de Ricardo Quadros Gouvêa é um trabalho primoroso que explica a influência do fundamentalismo entre evangélicos.

O louvorzão, assim como as vigílias e as reuniões de oração, e até mesmo o mais simples culto de domingo, muitas vezes não passam de um tipo de superstição que beira a feitiçaria, uma vez que ele é realizado com o intuito de ‘forçar’ uma ação benévola da parte de Deus, como se o culto e o louvor fossem um ‘sacrifício’, como os antigos sacrifícios pagãos. Neste caso, não temos mais liturgias, mas sim teurgias, nas quais procura-se manipular o poder de Deus” (p.28).
Ora, enquanto fé permanecer como uma “alavanca que move os céus”, as liturgias continuarão centradas na capacidade de tornar a oração mais eficaz. Antes dos neopentecostais, o Movimento Evangélico já se distanciara dos Místicos históricos que praticavam a oração com um exercício de contemplação e não como ferramenta de como tornar Deus mais útil.
Fé não é uma força que se projeta na direção do Eterno. Fé não desata os nós que impedem bênçãos. Fé é coragem de enfrentar a vida sem qualquer favor especial. Fé é confiança de que os valores de Cristo são suficientes no enfrentamento das contingências existenciais. Fé aposta no seguimento de Cristo; seguir a Cristo é um projeto de vida fascinante.
O neopentecostalismo ganhou visibilidade midiática, alastrou-se nas camadas populares e se tornou um movimento de massa. Por mais que os evangélicos conservadores não admitam, o neopentecostalismo passou a ser matriz de uma nova maneira de conceber as relações com o Divino.
A alternativa para o rolo compressor do neopentecostalismo só acontecerá quando houver coragem de romper com dogmatismos e com os anseios de resolver os problemas da vida pela magia.

O caminho parece longo, mas uma tênue luz já desponta no horizonte, e isso é animador.

Soli Deo Gloria

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

LOUCURAS DOS EVANGÉLICOS

Rev. Augustus Nicodemus Lopes

O apóstolo Paulo escreveu aos coríntios que a palavra da cruz é loucura para a mente carnal e natural, para aqueles que estão perecendo (1Co 1.18, 21,23; 2.14; 3.19). Ele mesmo foi chamado de louco por Festo quando lhe anunciava o Evangelho (At 26.24). Pouco antes ao passar por Atenas, havia sido motivo de escárnio dos filósofos epicureus e estóicos por lhes anunciar a cruz e a ressurreição (At 17.18-32). O Evangelho sempre parecerá loucura para o homem não regenerado. Todavia, não há de que nos envergonharmos se formos considerados loucos por anunciar a cruz e a ressurreição. Como Pedro escreveu: "se formos sofrer, seja por sermos cristãos e não como assassino, ou ladrão, ou malfeitor, ou como quem se intromete em negócio dos outros" (1Pe 4.15-16).

Nesta mesma linha, na carta que escreveu aos coríntios, o apóstolo Paulo, a certa altura, pede que eles evitem parecer loucos: “Se, pois, toda a igreja se congregar num lugar, e todos falarem em línguas, e entrarem indoutos ou incrédulos, não dirão porventura que estais loucos?” (1Co 14.23). Ou seja, o apóstolo não queria que os cristãos dessem ao mundo motivos para que nos chamem de loucos, a não ser a pregação da cruz.

Infelizmente os evangélicos, ou uma parte deles, não deu ouvidos às palavras de Paulo, de que é válido tentarmos não parecer loucos.

Existe no meio evangélico tanta insensatez, falta de sabedoria, superstição, coisas ridículas, que acabamos dando aos inimigos de Cristo um pau para nos baterem. Somos ridicularizados, desprezados nos tornamos motivo de escárnio, e não é por pregarmos a Cristo, e este, crucificado, mas pelas sandices, tolices, bobagens, todas feitas em nome de Jesus Cristo.

- O que vocês acham que o mundo pensa de uma visão onde galinhas falam em línguas estranhas e um galo interpreta falando em nome de Deus, trazendo uma revelação profética a um pastor?

- O pastor pião, que depois de falar em línguas e profetizar, rodopia como resultado da unção de Deus?

- A “unção do leão”, onde supostamente recebida da parte de Deus durante show gospel, que faz a pessoa andar de quatro e urrando como um animal no palco?

Podemos dizer que o ridículo que isto provoca é resultado de pregação da cruz? Eu sei que vão argumentar que Deus falou através da burra de Balaão, e que pode falar através de galináceos ungidos. Mas a diferença é que a burra falou mesmo. Ninguém teve uma visão em que ela falava. E deve ter falado na língua de Balaão, e não em línguas estranhas. Naquela época faltavam profetas – Deus só tinha a burra para repreender o mercenário Balaão. Não haveria problema se um galinheiro inteiro falasse português na falta de homens e mulheres de Deus nesta nação. Mas não parece que este é o caso.

Sei que Deus mandou profetas andarem nus e profetizarem e fazerem coisas estranhas como esconder cintos de couro para apodrecerem. E ainda mandou outros comerem mel silvestre e gafanhotos e se vestirem de peles de animais. Tudo isso fazia sentido naquela época, onde a revelação escrita da Bíblia, não estava pronta, e onde estes profetas eram os instrumentos de Deus para sua revelação especial e infalível.

Não vejo qualquer semelhança entre o pastor "pião" e a pastora leoa e o profeta Isaías, que andou nu e descalço por três anos como símbolo do que Deus haveria de fazer ao Egito e à Etiópia (Is 20.2-4).

Eu sei que o mundo sempre vai zombar dos crentes, mas que esta zombaria, como queria Paulo, seja o resultado da pregação da cruz, da proclamação das verdades do Evangelho, e não o fruto de nossa própria insensatez.

Não devemos nos envergonhar da loucura do Evangelho, mas das loucuras de alguns que se chamam evangélicos.

Fonte: santovivo.net

"COSTURARAM" O VÉU DO TEMPLO E COLOCARAM DE VOLTA

José Bezerra Dias

Texto Base: E o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo (Mc 15.38).

O véu que separava o lugar Santíssimo no Tabernáculo e posteriormente no Templo significava que o homem para falar com Deus necessitava de um intercessor humano. Esse intercessor era o sumo sacerdote, que apenas uma vez por ano podia adentrar ao Santo dos Santos, depois de cumprir todo um ritual de purificação. O povo ficava esperando do lado de fora para depois saber o que Deus tinha falado.

A morte de Jesus no Calvário marcou o fim dessa separação, o véu foi rasgado de alto a baixo não deixando dúvidas que foi o poder e a vontade de Deus que o fez. Tudo isso demonstrando que a partir de então o homem tinha livre acesso ao Pai Celestial. A morte de Jesus também significou o sacrifício perfeito e único. Todo sacrifício que o homem necessitava fazer para ter paz com Deus, foi encerrado na morte de Jesus, conforme escreve o autor da epístola aos Hebreus: Que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, e depois pelos do povo; porque isto ele fez, uma vez, oferecendo-se a si mesmo. Porque a lei constitui sumos sacerdotes a homens fracos, mas a palavra do juramento, que veio depois da lei, constitui ao Filho, perfeito para sempre (Hb 7.27-28).

Mas agora estamos vendo em algumas igrejas, principalmente nas neopentecostais os pastores sendo colocados como intercessores entre Deus e os homens. Quer dizer, para que Deus lhe atenda você precisa receber a oração feita pelo bispo tal. Se não for dessa maneira, sua suplica a Deus ficará sem resposta. Deus não responde mais as orações de seus filhos se não houver a intermediação de um pastor, apostolo ou bispo. "Costuraram" o véu do Templo e colocaram de volta. O acesso a Deus está restrito a um pequeno grupo de “queridinhos”. São os novos sumo sacerdotes. Muitos crentes já não oram por cura, seja qual for a doença, porque Deus só atende a oração se for feita por pastores ou bispos.

Este tipo de ensinamento não é feito diretamente, mas as pessoas são induzidas a acreditarem que é dessa maneira que as coisas devem ser, já que são bombardeadas com exemplos de curas e milagres que acontecem quando a oração é feita por um desses "ungidos" do Senhor. Existe até uma "guerra" entre igrejas para saber onde está a oração mais forte, onde está o maior número de curas.

A falta de conhecimento bíblico faz com que um grande número de pessoas fique a mercê desse tipo de prática. Tem pastor dizendo que os membros de sua igreja não precisam sequer jejuar, isso será feito por ele.

O sistema de sacrifícios que havia sido encerrado em Jesus, também voltou a ser praticado. Só que agora não é mais com animais e sim com dinheiro. Os púlpitos foram substituídos por altares, que significa lugar de sacrifício. Já apontando para onde o “fiel” deve levar seu sacrifício. Para provar sua fé a pessoa deve entregar seus bens. Se isso não for feito as bênçãos não acontecerão. Estão apresentando um Deus que só atende pedidos se for feito por líderes da Igreja e se houver pagamento. O Deus misericordioso, amoroso e cheio de graça foi substituido por um deus mercenário, que não atende a quem não paga pelo milagre, e é pagamento adiantado.

O mais estranho é que eles ensinam que o pagamento é uma prova da fé, mas quando o milagre não acontece, dizem que foi por falta de fé. Mas a pessoa já não tinha demonstrado sua fé ao pagar pelo milagre? Como então não teve fé? São contradições que o povo "cegamente" aceita.

Uma criação dessa gente que fez grande sucesso foi o sacrifício de "Isaque", em que o fiel entregava a igreja o seu maior e melhor bem. A grande diferença com o sacrifício da Bíblia, é que Deus devolveu a Abraão o seu Isaque. No sacrifício que eles inventaram o "Isaque" não é devolvido. E ningém questiona.

Enfim, é tudo uma grande manipulação. Essa turma esta brincando com a Palavra de Deus. Se fazem de "doutores" nas Escrituras quando na verdade só à usam para alcançarem seus objetivos, que é "criar" uma geração de cristãos dependentes deles.

E o povo segue todas essas coisas como se estivesse tudo correto, tudo segundo a Bíblia. O povo continua escravizado por falta de conhecimento. Até quando?

Fonte: santovivo

AINDA HÁ MOTIVOS PARA COMEMORAR A REFORMA?

Alderi Souza de Matos


Por várias razões, é bastante reduzido, em termos proporcionais, o número de protestantes que valorizam e celebram a Reforma do século 16. Os pentecostais e neopentecostais, tendo surgido tardiamente e rompido com as Igrejas Históricas em diversos aspectos importantes, sentem pouca ou nenhuma afinidade com a obra dos reformadores. Muitos batistas, quer por se considerarem diferentes das demais igrejas evangélicas, quer por verem as raízes do seu movimento em épocas anteriores ao século 16, também não se identificam com a Reforma Protestante. Os metodistas mantiveram certos aspectos da herança protestante original, mas também produziram alterações significativas na mesma, como argumenta corretamente o historiador Mark Noll em sua obra Momentos Decisivos na História do Cristianismo (Cultura Cristã, 2000).


Restam os quatro grupos iniciais da Reforma do século 16: luteranos, calvinistas, anabatistas e anglicanos. Os anabatistas, representados mormente pelos menonitas, pretenderam ser os “Reformadores da Reforma”, visto entenderem que os primeiros líderes não foram longe o bastante na sua ruptura com o catolicismo medieval. A comunidade anglicana, em virtude do seu caráter misto protestante-católico, também hesita em assumir entusiasticamente os seus laços com a Reforma. Desse modo, são especialmente os luteranos e os calvinistas que continuam a celebrar com maior ênfase o evento de 31 de outubro de 1517 e suas vastas conseqüências. Aliás, historicamente os presbiterianos têm uma razão adicional para comemorar a Reforma, uma vez que os protestantes suíços ligados a Zuínglio e Calvino receberam desde o início a designação específica de “reformados”.


Infelizmente, nestes tempos pós-modernos, muitos presbiterianos têm nutrido dúvidas e ambigüidades quanto à identidade reformada. Há alguns anos, surgiu entre nós o slogan historicamente insustentável e teologicamente contraditório Fides reformata et semper reformanda est, ou seja, “a fé é reformada e está sempre se reformando”. Os reformadores jamais concordariam com isso. A Igreja é que é passível de reforma (“Ecclesia reformata sed semper reformanda”), mas não a fé, as convicções básicas cristãs e reformadas, as verdades inegociáveis de “sola Scriptura”, “sola gratia”, “solo Christo”, “sola fides” e muitas outras, com suas profundas implicações. Comemorar a Reforma não é uma questão de saudosismo ou apego à tradição, mas significa reafirmar os fundamentos bíblicos redescobertos e confessados pelos reformadores, sem os quais ficaremos à deriva no mar de incertezas que caracteriza a presente era.
Fonte: www. mackinzie
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