domingo, 17 de janeiro de 2010

A RESISTÊNCIA AO EVANGELHO (Nm 13.33)

Rev. Marcos Severo de Amorim
Nos dias de hoje, temos os espias presbiterianos que conseguem enxergar gigantes intransponíveis que se encontram em vários estados do Brasil e que são verdadeiras ameaças para os presbiterianos com o pretexto de não colocarem os seus pés nos lugares proféticos e destinados por Deus para os presbiterianos cheguem lá para anunciar o reino de Deus.
O medo da igreja e irmãos de se lançarem para o campo missionário esbarra nas dificuldades que lá existem. Muitos não gostam de enfrentar lutas para se estabelecer e desejam encontrar tudo pronto para não terem que lutar.
A resistência ao evangelho é apenas um entre tanto os desafios destinados a pregação do evangelho para os pecadores. Não quero entrar no mérito da falta de preparo e treinamento para os presbiterianos evangelizar em todos os estados, quero entrar na realidade existente em nosso País.
1º) OS GIGANTES NO BRASIL: Quando se preparava para plantar igreja em nossa região no nordeste do Brasil mais precisamente no Rio Grande do Norte, me alertaram que o povo era idolatra e não queria nada com o evangelho. Inicialmente, em nossa previsão, achávamos que se chegasse a duas ou quatro cidades e plantasse igrejas esse seria o nosso grande alvo a ser alcançado. Depois de alcançarmos em quatorze anos mais de quarenta cidades na minha região nordeste (RN e CE). Em uma reunião em São Paulo conversei com alguém ligado a missão da nossa igreja a respeito da região sul do Brasil, no objetivo de damos a devida importância para a plantação de igreja naquela região, e ouvi do amado que o sul era muito mais difícil do que no nordeste. A nossa conversa me intrigou e me fez pensar muito sobre o Rio Grande do Sul, o qual estive recentemente em um congresso de plantação e revitalização de igreja (CNE-IPB). Conversei com os gaúchos e percebi neles o desejo daqueles irmãos em plantarem novas igrejas no estado. Nomeei algumas dificuldades e facilidades ali existentes em comparação com o nordeste.
2º) GIGANTES CAUSAM MEDOS: Para entrar na “terra de Canaã”, isto é, nos “Ide por todo o mundo” lugares proféticos que o Senhor da Grande Comissão ordenou, eu me lembro dos dez espias (Nm. 13.33), que viram as grandes barreiras e dificuldades para entrar e ficar no local. Nomeamos as dificuldades que certamente inibem e barram os que desejam plantar novas igrejas: resistência ao evangelho, idolatria, incredulidade, analfabetismo, pobreza, riqueza, violência e vícios. Estes e outros motivos estão arrolados na situação do pecador e encaramos como os desafios naturais para os quais a igreja do Senhor Jesus foi convocada para anunciar as boas novas e anular o pecado e as suas mazelas, para libertar o homem da condenação do inferno.
3º) DESAFIANDO OS GIGANTES: Os dois espias que entraram na terra de Canaã (Nm. 14.6-7), não levaram em consideração as dificuldades ali existentes e trataram logo de obedecer a missão recebida de Deus. Na minha conversa com os gaúchos sobre o que seriam as grandes dificuldades para os irmãos presbiterianos do Rio Grande do Sul, fiz várias perguntas e eles me responderam: O povo é educado (a maioria alfabetizada), não recebem visitas de pessoas deliberadamente, a situação financeira é boa, quando assume um compromisso zelam em cumprir, a maioria tem ocupação de trabalho, são religiosos nominais e outras anotações. Fazendo uma comparação com o nordeste: O povo é pouco educado (a maioria não alfabetizado), recebe visitas de pessoas deliberadamente, a situação financeira é ruim, não assume compromisso, a grande maioria não trabalha, são religiosos nominais, superficiais e outras anotações. Eu fiquei pensando na região sul e reconheço que são diferentes do nordeste e nem entrei na questão cultural. No meu ponto de vista depois de analisar as pessoas que são evangelizadas no sertão, a grande maioria ouve o evangelho muitas vezes em várias visitas e em todas elas se comprometem em visitar a igreja e nunca elas vão. Pensando em todas as outras dificuldades que não é diferente do Sul eu creio que o Rio Grande do Sul esta pronto para a colheita (Jo.5.35).
Ainda bem que as dificuldades e desafios do Rio Grande do Sul são regionais, culturais e estruturais. Pela graça de Deus, o nosso País tem liberdade religiosa diferentes de outros povos, que não tem. No Rio Grande do Sul são 496 Municípios, 21 Municípios com a presença presbiteriana (igrejas e congregações), são dez cidades com a população acima de 100 mil moradores, um presbitério. Amando o Brasil, Alagoas, Piauí, Rio Grande do Sul, estados com pouca presença presbiteriana conclamo a todos os presbiterianos do Brasil para ORAR e CLAMAR a Deus na busca de ações concretas para estes estados. Eu espero que os anseios destes irmãos estejam alicerçados em um projeto: UM PROGRAMA DE PLANTAÇÃO DE IGREJA, UM PROGRAMA DE EVANGELIZAÇÃO PERMANENTE (AVANÇOS MISSIONÁRIOS E PLANOS DE EVANGELIZAÇÃO PESSOAL), UMA EXTRATÉGIA DE PÓLOS DE TRABALHO, UM ACOPANHAMENTO RESPONSÁVEL, PRESTAÇÃO DE CONTAS E UM ENVOLVIMENTO DOS GAÚCHOS. Eu creio dessa maneira que as orações e o envolvimento dos amados são fundamentais e com o desejo dos gaúchos de poder atender ao mandado do Senhor Jesus com certeza chegaremos lá. Esqueci de falar em DINHEIRO, esse não deve ser o problema (às vezes só gera problemas), ouvi de um amado Gaúcho que graças a Deus existem OS VALORES. Um dado interessante da pesquisa SEPAL: Região Sul: 15,77% de evangélicos e a região Nordeste: 10,76% de evangélicos.
Fonte: Jornal Avanço Missionário - Ano XIII nº 50

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Paixão por Deus e Zelo Missionário Andarm de Maãos Dadas

Rev. Hernandes Dias Lopes
John Piper disse que as missões não representam o alvo fundamental da igreja, a adoração sim. As missões existem porque não há adoração; ela sim é fundamental, pois Deus é essencial e não o homem. Quando a história fechar sua cortina e os incontáveis milhões de remidos estiverem perante o trono de Deus, não haverá mais missões. Elas representam, no momento, uma necessidade temporária. Mas a adoração permanece para sempre.
A adoração é o combustível e o alvo das missões. Fazemos missões para que os povos se prostrem e adorem o Deus vivo. O alvo das missões é a alegria dos povos na adoração a Deus. A paixão por Deus na adoração precede a apresentação de Deus por meio da pregação. As missões começam e terminam na adoração. Se a glória de Deus não for colocada acima do bem do homem, Deus não será devidamente honrado. Isso não é rebaixar missões, é exaltar a Deus. Quando a paixão por Deus arder nos corações, a luz das missões brilhará para os povos mais remotos da terra. Onde a paixão por Deus é fraca, o zelo pelas missões também será fraco.
Sempre que a obra missionária avançou com firmeza, ela foi precedida por um profundo zelo e amor pelo nome e pela glória de Deus. É quando o nosso amor por Deus é acendrado que o nosso amor pelos perdidos é despertado. Não podemos amar o próximo se não amamos a Deus, como não podemos amar a Deus se não amamos o próximo. Amor a Deus e amor por missões não podem ser separados. Paixão por Deus e paixão pelas almas perdidas caminham juntas. Jamais veremos um reavivamento da obra missionária sem antes sermos despertados para amar profundamente a Deus e buscarmos acima de tudo a sua glória. Jamais poderemos afirmar, também, que estamos interessados na glória de Deus se não fazemos missões. A prova do nosso amor por Deus é obediência.
Deus nos chamou do mundo para a salvação, para sermos proclamadores das boas novas de salvação no mundo. Somos não apenas receptáculos, mas também canais da graça de Deus. Somos embaixadores em nome de Deus. Somos luz para as nações. A obra missionária é uma tarefa imperativa, intransferível e inadiável. O propósito de Deus é alcançar em cada geração todas as etnias. Cada geração precisa ser evangelizada em sua própria geração. Se nos omitirmos seremos culpados. Se tardarmos muitos perecerão.
Fazemos missões orando, contribuindo e proclamando aqui, ali e além fronteiras. Muitos de nós são chamados não para sair, mas para ficar. Mas todos nós somos chamados para fazer missões. Todo crente é um missionário no meio da sua família, no seu trabalho, na sua escola e na sua vizinhança. Todo crente tem o compromisso de orar por missões e de contribuir com missões. Aqueles que não podem descer ao fundo do poço, devem segurar a corda para que outros desçam. Para fazer missões precisamos investir dinheiro e a nossa própria vida. Quando investimos na evangelização dos povos, fazemos o melhor e o mais seguro investimento, pois investimos para a eternidade. No Reino de Deus perdemos o que retemos e ganhamos o que damos. A alegria de ver vidas salvas é maior do que acumular tesouros neste mundo. A alegria de promover a glória de Deus entre os povos, levando a eles o evangelho da salvação é o superlativo propósito da nossa existência. A obra missionária não pode ser um apêndice na agenda da igreja que está comprometida em glorificar a Deus. Ele é mais glorificado em nós quanto mais nós nos satisfazemos nele. E quanto mais nós nos satisfazemos nele mais desejamos lhe obedecer e fazer sua vontade que é salvar aqueles que procedem de toda tribo, raça, povo, língua e nação.
Fonte: hernandesdiaslopes

O Púlpito é Didático

Antonio Jean
Na igreja primitiva o ensino e pregação da palavra de Deus eram feitos no púlpito, embora que na época não havia esse objeto que temos hoje, para ensinar. Mas, eu me refiro ao papel de pregar a palavra.
Os apóstolos em cada reunião ensinavam os mandamentos de Jesus tal qual recebeu e deveria passar. Quem faltasse às reuniões ou ficasse muito tempo sem ir, estaria com o seu conhecimento prejudicado.
E mais do que isso! Toda a sua vida estaria sendo deficiente, porque nas pregações os apóstolos não tinham o objetivo de entreter o ouvinte, mas de prepará-lo para a vivencia cristã.
Hoje, as coisas são diferentes! Os pregadores buscam agradar seus ouvintes e a desensinar. O intuito é que no fim de tudo saiam satisfeitos e dêem muito dinheiro para manutenção da estrutura superfaturada.
Não há esmero na pregação porque ela não é mais vista como ensino. Por isso que os cristãos de hoje se dão ao luxo de se tornarem turistas. Sim, aqueles que vivem de lugar em lugar observando sua cultura e modo de viver. Não pertence a lugar algum! Vão sempre atrás de alguma coisa útil pra si.
Algumas vão domingo sim e domingo não a igreja, o que compromete muito o ensino do pastor no que se trata de discipular as “ovelhas”.
Eu começo uma série de sermão com o intuito de instruir e preparar o povo e percebo que meu auditório é flutuante. Por vezes alguém me interpela com dúvidas, o que é óbvio porque um assunto está atrelado ao outro anterior e posterior, mas como não são fiéis sofrem a problemática do texto fora de contexto.
Fonte: luznanet

Jogaram a Reforma Protestante no Lixo

Antonio Jean
Todo esforço feito por Lutero, Calvino e outros posteriores a Reforma, foram jogados no lixo pelo evangelicalismo moderno deste século nefasto.
O teísmo aberto de Ricardo Gondim e o Neo-Pentecostalismo da Universal, Mundial do Poder de Deus, Renascer e muitas outras, tem contribuído para que a teologia que a reforma protestante resgatou dos pais apostólicos seja expurgada da cabeça dos crentes.Em nada contribui o que eles têm dito, para que a fé seja viva em Cristo!
Gondim afirma que nossa vida está em nossas mãos.
Com isso, ele põe a Soberania de Deus pra fora de nós e de nosso caminho. Afirma ele que Deus hoje abriu mão de sua Soberania. Aonde ele viu isso eu não sei, porque as Escrituras ainda dizem que Deus realiza tanto o querer quanto o efetuar em nós.
Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade”.Fp.2.13
Já a Igreja Universal não se cansa de tanta criatividade insana. Passando em uma de suas igrejas, vi um trono grande. (...). Perguntei ao obreiro totalmente leigo de Bíblia o que era aquilo. “Campanha da paz de Deus” – Disse-me ele! Afirmou que se encontra em 2Reis capítulo 4 e disse que por sete domingos a pessoa deveria ir aos cultos e por a mão na cadeira. No final da campanha, todo sofrimento irá desaparecer.
Ora bolas....isso não é o evangelho de Jesus Cristo, embora a Universal insista em dizer que Jesus Cristo é o Senhor, não o prega como se fosse.
Jesus nos disse que os dias são maus!
Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.” Mt.6.34
O tal de Valdomiro, agora cismou com televisão enganando com suas toalhinhas suadas, e seu jeito bobalhão de falar, se vangloriando de sua simplicidade. Um contraste dos que andavam com Jesus.
Então eles, vendo a ousadia de Pedro e João, e informados de que eram homens sem letras e indoutos, maravilharam-se e reconheceram que eles haviam estado com Jesus.” Atos 4.13
Ele é dissidente da Universal e vive mandando recado a eles em seus programas.
Agora ta dando em troca de ofertas uma coluna grega em miniatura com azeite ungido para as pessoas levarem para casa.
É um abuso o que fazem em nome da fé.
Para eles, a fé é uma força que você usa em seu favor!Trechos da bíblia extraídos fora de contexto são usados para manipular os que sofrem e esperam em Deus e de Deus.
Acredito em cura, mas o que vejo em seus cultos é manipulação mental, efeito social. Sugestão para induzir a crerem que podem, pela fé. Embora use o tempo todo o nome de Jesus.
Orar em nome de Jesus é pedir o que Jesus pediria.
Fé nas escrituras é acreditar que Deus já fez!
Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo;” Ef.1.3
A fé protestante instaurada na reforma, lutou contra o sincretismo católico que a Universal, Mundial do Poder de Deus, Internacional da Graça e muitos outros, trouxeram de volta.
Lutou contra o Arminianismo que contribuía para o livre-arbítrio falso que insistia em dizer que os homens tinham escolhas a fazer, o que Ricardo Gondim resgatou pelo teísmo aberto e furado.
O R.R.Soares vende em suas igrejas, tapete para por na porta de casa para espantar os demônios. Uma espécie de “carranca” evangélica.
A reforma lutou e perdeu seus fiéis teólogos para dar ao povo manipulado pelo catolicismo a fé em Jesus e não a fé positiva e manipulativa. Lutou para deixar a todos nós a liberdade em Cristo que hoje caiu na libertinagem religiosa pelo abuso da crença.
Ora faça-me o favor! Que porcaria é essa?
Toalhinha suada, azeite ungido das nações, trono de Deus e muitas outras macumbas evangélicas foram resgatados em nome da fé ou do dinheiro, porque no meu ver isso tudo é safadeza e negócio.
Esse pessoal não ajuda, não contribui e presta um dês-serviço a causa do evangelho. Pastor é sinônimo de gente como eles! Usurpadores, mentirosos e gananciosos.
Com este meu texto, terá com certeza, alguns que me atacarão em nome de Deus, achando que eu estou dividindo o corpo de Cristo, que insisto em dizer NÃO, não há corpo com eles.
Não somos irmãos, por quanto que eles têm maculado a Graça e ferido a Fé, distorcido o Evangelho e cuspido na Cruz, chutando o trono de Deus.Retornemos a fé protestante de Calvino, Spurgeon, John Owen, Jonathan Edwards e o modelo dos Puritanos.
Fonte: luznanet

A Era Das Estrelas Gospel Está Chegando ao Fim

Hermes C. Fernandes

Não sou saudosista. Mas devo admitir que foi-se o tempo em que o púlpito não era palco nem palanque, e a congregação não era platéia, nem tampouco o pastor era considerado um showman.

Foi-se o tempo em que cantores que se dedicavam a louvar a Deus não tinham fã clube, e nem sabiam o que significa tietagem após sua apresentação. Mesmo porque, não havia performance, e sim, culto. Todos os holofotes eram voltados para Deus. E os únicos aplausos que esperava ouvir vinham dos céus.

O sonho de conquistar o mundo para Cristo foi substituído pelo sonho de tornar-se num mega-star gospel.

O dinheiro antes investido para enviar missionários para o campo, agora é usado na construção de suntuosas catedrais, com suas cadeiras acolchoadas, para oferecer conforto à crentes almofadinhas.

Mas tudo isso está prestes a acabar. O mercado gospel está ficando saturado. Ninguém suporta mais patrocinar os projetos megalomaníacos dessas estrelas.Cada vez mais, os cristãos estão se conscientizando de que seu papel não é o de manter esta indústria religiosa, que se apresenta como ministérios, e sim, de trabalhar pela transformação do mundo.

Chega de fogueiras santas! Chega de fogueiras de vaidade!

Chega de estratégias evangelísticas mirabulantes. Que o importante seja o que é certo, e não o que dá certo.

Chega de busca por títulos e fama. Que se busque servir em vez de ser servido.
Voltemos ao velho e bom Evangelho, sem invencionices. Voltemos ao discipulado, sem a pressão pela multiplicação. Deixemos que Ele acrescente em número, enquanto nós focamos a qualidade de nossa vivência cristã.

E que os milagres aconteçam em ambientes domésticos e seculares, no dia-a-dia, e não a granel, no atacado, como tem sido anunciado nos programas neo-pentecostais.

Está chegando o tempo em que o Evangelho será espalhado por toda a Terra, não através de eventos extraordinários, marchas, cruzadas, mas através de gente anônima, ilustres desconhecidos, que ofuscarão o brilho daqueles que se acham indispensáveis na expansão do Reino de Deus, e isso, sem chamar a atenção para si.
Pronto! Falei! Estava entalado...
Viva o novo tempo!
Fonte: exejegues

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

CULTO PRESBITERIANO

Rev. Alderi Souza de Matos.
O culto presbiteriano baseia-se em princípios bíblicos que foram inicialmente identificados e desenvolvidos pelo reformador João Calvino e pelas confissões de fé reformadas. Uma norma importante desse culto é o chamado "princípio regulador", isto é, nada deve ser feito no culto a Deus que não seja expressamente ensinado pelas Escrituras. Para que um determinado elemento seja incluído no culto, deve haver um claro precedente bíblico, neotestamentário. Outros princípios são a simplicidade, a reverência, a centralidade da Palavra e dos sacramentos, e o equilíbrio entre razão e emoção. O verdadeiro culto presbiteriano é solene e respeitoso, sem deixar de ser fervoroso e profundamente espiritual. Finalmente, esse culto é teocêntrico, ou seja, Deus é o principal ponto de referência, e não as pessoas. O culto deve agradar e exaltar primeiramente ao Deus triúno, e não os adoradores. Algumas fontes para serem consultadas sobre esse assunto são: "A Confissão de Fé de Westminster" (Capítulo 21: Do culto religioso e do domingo); vários autores, "Reforma Hoje" (o capítulo 7, de W.R. Godfrey, trata do tema "A reforma do culto"); Augustus Nicodemus Lopes, "O Culto Espiritual" (estudo de 1 Coríntios 11-14); "Manual Litúrgico". Todos esses livros são publicados pela Editora Cultura Cristã, da Igreja Presbiteriana do Brasil.

A CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER - CAPÍTULO XXI - DO CULTO RELIGIOSO E DO DOMINGO

I. A luz da natureza mostra que há um Deus que tem domínio e soberania sobre tudo, que é bom e faz bem a todos, e que, portanto, deve ser temido, amado, louvado, invocado, crido e servido de todo o coração, de toda a alma e de toda a força; mas o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por ele mesmo e tão limitado pela sua vontade revelada, que não deve ser adorado segundo as imaginações e invenções dos homens ou sugestões de Satanás nem sob qualquer representação visível ou de qualquer outro modo não prescrito nas Santas Escrituras. Rom. 1:20; Sal. 119:68, e 31:33; At. 14:17; Deut. 12:32; Mat. I5:9, e 4:9, 10; João 4:3, 24; Exo. 20:4-6.

II. O culto religioso deve ser prestado a Deus o Pai, o Filho e o Espírito Santo - e só a ele; não deve ser prestado nem aos anjos, nem aos santos, nem a qualquer outra criatura; nem, depois da queda, deve ser prestado a Deus pela mediação de qualquer outro senão Cristo. João 5:23; Mat. 28:19; II Cor. 13:14; Col. 2:18; Apoc 19:10; Rom. l:25; João 14:6; I Tim. 2:5; Ef. 2:18; Col. 3:17.

III. A oração com ações de graças, sendo uma parte especial do culto religioso, é por Deus exigida de todos os homens; e, para que seja aceita, deve ser feita em o nome do Filho, pelo auxílio do seu Espírito, segundo a sua vontade, e isto com inteligência, reverência, humildade, fervor, fé, amor e perseverança. Se for vocal, deve ser proferida em uma língua conhecida dos circunstantes. Fil. 4:6; I Tim. 2:1; Col. 4:2; Sal. 65:2, e 67:3; I Tess. 5:17-18; João 14:13-14; I Ped. 2:5; Rom. 8:26; Ef. 6:8; João 5:14; Sal. 47:7; Heb. 12:28; Gen. 18:27; Tiago 5:16; Ef. 6:18; I Cor. 14:14.

IV. A oração deve ser feita por coisas lícitas e por todas as classes de homens que existem atualmente ou que existirão no futuro; mas não pelos mortos, nem por aqueles que se saiba terem cometido o pecado para a morte. Mat. 26:42; I Tim. 2:1-2; João 17:20; II Sam. 7:29, e 12:21-23; Luc. 16:25-26; I João 5: 16.

V. A leitura das Escrituras com o temor divino, a sã pregação da palavra e a consciente atenção a ela em obediência a Deus, com inteligência, fé e reverência; o cantar salmos com graças no coração, bem como a devida administração e digna recepção dos sacramentos instituídos por Cristo - são partes do ordinário culto de Deus, além dos juramentos religiosos; votos, jejuns solenes e ações de graças em ocasiões especiais, tudo o que, em seus vários tempos e ocasiões próprias, deve ser usado de um modo santo e religioso. At. 15:21; Apoc. 1:3; II Tim. 4:2; Tiago 1:22: At. 10:33; Heb. 4:2; Col. 3:16; Ef. 5:19; Tiago 5:13; At. 16:25; Mat. 28:19; At. 2:42; Deut. 6:13; Ne. 10:29; Ec. 5:4-5; Joel 2:12; Mat. 9:15.

VI. Agora, sob o Evangelho, nem a oração, nem qualquer outro ato do culto religioso é restrito a um certo lugar, nem se torna mais aceito por causa do lugar em que se ofereça ou para o qual se dirija, mas, Deus deve ser adorado em todo o lugar, em espírito e verdade - tanto em famílias diariamente e em secreto, estando cada um sozinho, como também mais solenemente em assembléias públicas, que não devem ser descuidosas, nem voluntariamente desprezadas nem abandonadas, sempre que Deus, pela sua providência, proporciona ocasião. João 5:21; Mal. 1:11; I Tim. 2:8; João 4:23-24; Jer. 10: 25; Jó 1:5; II Sam. 6:18-20; Deut. 6:6-7; Mat. 6: 11, e 6:6; Isa. 56:7; Heb. 10:25; Prov. 5:34; At. 2:42.

VII. Como é lei da natureza que, em geral, uma devida proporção do tempo seja destinada ao culto de Deus, assim também em sua palavra, por um preceito positivo, moral e perpétuo, preceito que obriga a todos os homens em todos os séculos, Deus designou particularmente um dia em sete para ser um sábado (descanso) santificado por Ele; desde o princípio do mundo, até a ressurreição de Cristo, esse dia foi o último da semana; e desde a ressurreição de Cristo foi mudado para o primeiro dia da semana, dia que na Escritura é chamado Domingo, ou dia do Senhor, e que há de continuar até ao fim do mundo como o sábado cristão. Exo. 20:8-11; Gen. 2:3; I Cor. 16:1-2; At. 20:7; Apoc.1:10; Mat. 5: 17-18.

VIII. Este sábado é santificado ao Senhor quando os homens, tendo devidamente preparado os seus corações e de antemão ordenado os seus negócios ordinários, não só guardam, durante todo o dia, um santo descanso das suas próprias obras, palavras e pensamentos a respeito dos seus empregos seculares e das suas recreações, mas também ocupam todo o tempo em exercícios públicos e particulares de culto e nos deveres de necessidade e misericórdia. Exo. 16:23-26,29:30, e 31:15-16; Isa.58:13.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

VOCÊ É UM EVANGÉLICO SUPERSTICIOSO?

Silas Daniel
Ser um evangélico supersticioso é estar fadado a uma vida cristã neurótica e frustrada. Além disso, é uma tremenda contradição, porque as raízes históricas e teológicas do protestantismo sempre foram contra toda e qualquer manifestação supersticiosa. E não poderia ser diferente, já que a Bíblia é frontalmente contra todo tipo de supersticiosidade. Mesmo assim, o que mais existe hoje são evangélicos supersticiosos.
Ao lermos a História da Igreja, vemos que quando ocorreu a Reforma Protestante no século 16, uma das grandes bandeiras dos reformadores era o fim do misticismo medieval e da supersticiosidade religiosa. O protestantismo foi um dos grandes promotores do fim da superstição da Idade Média, que havia sido implantado por um catolicismo cada vez mais decadente. É só reexaminarmos a História e veremos que, antes da Reforma, o mundo medieval era cheio de fantasmas, duendes, gnomos, demônios, anjos e santos. O povo era ignorante, extremamente supersticioso e não tinha acesso à leitura. A própria Igreja Católica Romana alimentava e explorava isso. Foram os evangélicos que combateram tudo isso, inclusive apoiados por intelectuais da época. Infelizmente, porém, há muitos grupos hoje que se dizem evangélicos, mas que parecem querer reeditar esse período negro da História.
Exemplos de superstição evangélica hoje
Nos últimos anos, têm surgido modismos que claramente chocam-se com as Sagradas Escrituras e significam um retrocesso na luta protestante. Muitos grupos que se dizem protestantes pregam e praticam coisas que envergonham o protestantismo. Alguns casos de supersticiosidade entre evangélicos são menores, outros são mais graves.
Alguns exemplos do primeiro tipo são deixar a Bíblia aberta no Salmo 91 para afastar desgraças; utilizar a expressão “Tá amarrado!” de forma séria, como uma espécie de precaução espiritual; abrir a Bíblia aleatoriamente para “tirar um versículo” que funcione como a orientação de Deus para tomarmos uma decisão; trocar a leitura sistemática e regular da Bíblia pela “caixinha de promessas”; reputar que a oração no monte tem mais eficácia do que a feita dentro do quarto ou na igreja; dormir “empacotado” para que Deus, ao nos visitar à noite, não se entristeça; e acreditar que objetos ou algum suvenir de Israel (pedrinhas, água do Rio Jordão, folhas) têm algum poder especial.
Exemplos do segundo tipo são superstições que são exatamente uma volta à teologia romanista da Idade Média. Se não, vejamos: Não seria o uso de elementos como galhinho de arruda, sal grosso e copo d'água na liturgia uma volta ao misticismo medieval, tão condenado pelos reformadores? A teologia da maldição hereditária não seria um vilipêndio à doutrina da graça e uma superstição religiosa em sua essência? E o que dizer do uso indiscriminado do óleo da unção? E da angelolatria? E do modismo da batalha espiritual, interpretada de forma diferente do que diz a Bíblia?
No caso da teologia da maldição hereditária, ela declara insuficiente a obra de Cristo na vida da pessoa, pois afirma que, depois de salvo por Jesus, o cristão deve desenterrar o seu passado e o de seus familiares para quebrar uma a uma todas as possíveis maldições que acometeram seus antepassados e que ainda repousariam sobre ele, se não a libertação não será completa. Além de não ter base bíblica (2Co 5.17), essa teologia defende um princípio quase reencarnacionista, estabelecendo um carma na vida da pessoa a partir de seus parentes.
Textos como o de Êxodo 20.5-6 não falam da extensão do juízo divino, mas da sua duração sempre que houver necessidade. Em outras palavras, sempre que houver necessidade de juízo, haverá juízo. Os justos que são filhos de pais ímpios não pagam pelo pecado dos pais (Rm 8.1). A responsabilidade é pessoal (Ez 18.19-20 – para ficar ainda mais claro, o ideal é ler todo o capítulo). O uso indiscriminado do óleo da unção é antibíblico. A única aplicação possível hoje está clarificada em Tiago 5.14. No tempo do Antigo Testamento, o óleo tinha outras aplicações, mas, no Novo Testamento, seu uso nas atividades religiosas da Igreja passa a ser muito específico. O texto bíblico é claro: (1) deve-se ungir apenas as pessoas que estão enfermas, (2) esta unção com óleo deve ser feita em nome do Senhor, (3) deve ser efetuada apenas pelos obreiros da igreja (4) e acompanhada de oração pela cura (Tg 5.14,15). Outro detalhe: não há nenhuma orientação bíblica para que a unção seja feita exatamente sobre o lugar da enfermidade. Basta ungir o enfermo (Tg 5.14). A unção com qualquer outro propósito não é válida. Ou seja, ungir territórios, carros, casas, endemoninhado, etc, é absolutamente antibíblico.
No Velho Testamento, eram atividades comuns a unção com óleo sobre pessoas por outros objetivos que não a cura (consagração de reis, por exemplo) e a unção sobre objetos. Porém, não há nenhuma passagem do Novo Testamento que justifique o uso desses tipos de unção nos dias de hoje. Portanto, qualquer pessoa que se arvora a ungir as pessoas sem se enquadrar com o ensino bíblico do Novo Testamento está errada.
Angelolatria
A angelolatria é culto a anjos, e isso é heresia (Cl 2.4,18-19; Ap 22.8-9). Porém, nos últimos anos, o culto aos anjos se infiltrou fortemente na cultura popular e depois nas igrejas. Isso se deve, obviamente, à forte onda do movimento Nova Era, que se ergueu no final do século 20.
Em 1993, quando os ensinos novaerenses estavam em alta, a revista Newsweek chegou a colocar em destaque em uma de suas edições uma matéria intitulada: “Anjos estão aparecendo em todos os lugares da América”. Essa matéria foi um marco da angelomania que tomava conta dos Estados Unidos na época. Na reportagem, pessoas de todas as partes do país garantiam ver constantemente anjos, conversar com eles e até pô-los em contato com outras pessoas. Era o auge da febre dos anjos.
Com essa onda, a Nova Era passou a popularizar a concepção de que a idéia do Deus cristão estava falida. Para eles, o Deus dos cristãos era duro e antipático, enquanto os anjos eram dóceis e simpáticos. Assim, as pessoas passaram a conversar com seus “anjos da guarda”, a dirigir-lhes lacrimosas orações e a atribuir qualquer sucesso na vida a esses seres, e não mais à misericórdia divina.
A escritora norte-americana Sophy Burnham, adepta da Nova Era, foi uma das fomentadores dessa substituição de Deus pelos anjos na mente das pessoas. Em seu livro A book of angels, ela diz que a corrente popularidade dos anjos se deve ao fato de “termos criado este conceito de Deus como punitivo, judicioso e ciumento, enquanto os anjos nunca o são. Eles são completamente compassivos.” Em entrevista à revista Time nos anos 90, Burnham afirmou ainda que “para aqueles que se sentem sufocados facilmente por Deus e suas regras, os anjos são a concessão fácil, a ausência de julgamento; são todos fofos e suspiros. E estão disponíveis a todos, como aspirina”.
Batalha espiritual
Essa febre, infelizmente, acabou atingindo também as igrejas. O escritor evangélico Ron Rhodes acredita que os primeiros indícios da angelomania no meio evangélico surgiram após o sucesso, nos anos 70, do livro Anjos: agentes secretos de Deus, de Billy Granham. Não que o livro do famoso evangelista trouxesse heresias em seu bojo, mas, nas palavras de Rhodes, “muitos receberam um impactante direcionamento para esse fascinante assunto pela leitura do livro de Granham”.
Segundo Rhodes, um dos mais fortes incentivadores da moda dos anjos no meio cristão foi, na verdade, o mega best-seller de ficção Este mundo tenebroso, de Frank Peretti. Basta lembrar a exacerbação em torno do tema batalha espiritual após o sucesso do livro. Seminários e mais seminários eram feitos sobre o assunto, e muitos deles foram os grandes criadores de modismos e conceitos absurdos sobre a vida cristã e o mundo espiritual.
Especialmente no meio pentecostal, os anjos passaram a ganhar uma notoriedade que nunca deveriam ter. A doutrina bíblica sobre os anjos, que é esposada pelas igrejas pentecostais tradicionais, como a Assembléia de Deus, é veementemente contra essa relevância bizarra que se tem dado aos seres angelicais. No entanto, influenciados por novas igrejas (que por ainda não terem se cristalizado convivem, na sua maioria, com uma teologia inexata, sempre a caminho), muitos crentes acabam tornando-se angelomaníacos. São aqueles que vêem anjos a todo instante e não fazem nada sem a orientação angelical. Muitos afirmam ter audiências diárias com os arcanjos Gabriel ou Miguel!
A exacerbação da idéia de batalha espiritual é um dos modismos neopentecostais que promoveram os anjos a uma posição acima do normal. Esse modismo vê demônios e anjos em tudo. Se a água está muito quente, é demônio; se está muito fria, demônio. Se o vento soprou forte pela janela, são seres celestiais. Arrepiou-se? Tem “capiroto” na área!
Além de ver agentes espirituais do bem e do mal em tudo, esse modismo também levou as pessoas a crer em um mundo espiritual que pode ser manipulado ao bel prazer do crente. Esquece-se da soberania de Deus e valoriza-se demais os seres criados. Essa distorção teológica é na verdade um retrocesso, pois lança as igrejas de volta à teologia medieval anterior à Reforma Protestante.
Como já afirmamos, a Reforma Protestante combateu a superstição da Idade Média, implementado por um catolicismo cada vez mais decadente. O mundo medieval, cheio de entidades, fantasmas, demônios, anjos e santos, era mentalmente carregado. Nesse mundo, Cristo era fraco, os demônios eram fortes e os anjos e santos importantes. Veio, então, a Reforma e centralizou tudo na cruz de Cristo, que representa a vitória para todo o que crê e serve a Deus. Porém, infelizmente, muitos parecem querer reeditar esse hostil mundo cósmico através de uma má interpretação do tema batalha espiritual.
O perfil dos angelólatras
O apóstolo Paulo, ao advertir os cristãos em Colossos sobre os falsos ensinamentos, definiu bem o perfil dos angelólatras: “E digo isto para que ninguém vos engane com palavras persuasivas (...) Ninguém vos domine a seu belprazer, com pretexto de humildade e culto dos anjos, metendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão, e não ligado à cabeça, da qual todo o corpo, provido e organizado pelas juntas e ligaduras, vai crescendo em aumento de Deus”, Cl 2.4,18-19.
Paulo afirma no texto supracitado que os falsos mestres ensinavam a necessidade de reverenciar e adorar os anjos, pois, segundo eles, os seres angelicais funcionariam como uma espécie de mediadores na comunhão do crente com Deus. O apóstolo rebate veementemente isso, lembrando que invocar anjos é fazer com que estes tomem o lugar de Jesus, que é o único mediador entre Deus e os homens e, por isso, a única e suficiente cabeça da Igreja (v19).
Paulo também destaca que esses falsos mestres posam de humildes e santos, por causa dessa conversa de anjos, quando, muito pelo contrário, encontram-se “inchados na sua carnal compreensão”. Ainda hoje, os angelólatras se apresentam como pessoas avivadas, espirituais, santas, humildes, mas na verdade estão, como afirmou o apóstolo, embriagados por uma compreensão carnal.
Essa história de ver e conversar com anjos todo dia e o dia todo, se prostrar diante deles, ter audiências com arcanjos, ser secretariado por “Gabriel” ou “Miguel” e outras coisas do tipo não passa de uma grande tolice e blasfêmia. Sim, blasfêmia, porque valorizar mais a presença de anjos do que a do próprio Deus, se prostrar diante da criatura e não do Criador, e não poucas vezes atribuir curas, milagres e libertações não a Deus, mas às criaturas angelicais, é deixar de adorar a Deus e colocar os anjos no centro do culto.
A coisa está tão cimentada que, em muitas reuniões, lembrar que Deus está presente no ambiente de adoração não tem mais o menor significado, enquanto um simples “Há um anjo passeando neste recinto” é o suficiente para que o povo se arrepie, chore e celebre. O reflexo também se vê nos hinos, onde quem cura, batiza no Espírito Santo e transforma vidas não é mais Deus, mas os anjos. “Quer ser curado? Receba o toque do anjo! Quer ser batizado? Deixa o anjo te tocar! Quer ser transformado? Dê lugar ao anjo de Deus na sua vida!” Isso é abominável.
Razões de tanta superstição nas igrejas
A existência de casos de superstição entre evangélicos é resultante da ausência de orientação bíblica. Nas igrejas onde o povo recebe o ensino sistemático e sadio da Palavra, raramente existe isso.
O resultado de tanta superstição nas igrejas é uma quantidade cada vez mais crescente de crentes neuróticos e/ou frustrados espiritualmente. O espaço não permite, mas em meu livro “Como vencer a frustração espiritual” (CPAD) detenho-me com mais vagar nesse assunto em alguns capítulos. Há muitas referências históricas e bíblicas também, inclusive sobre a questão dos anjos.
A Bíblia condena a supersticiosidade
A Bíblia, diferentemente de muitas obras religiosas do mundo, não é baseada em superstições, mas é a Palavra de Deus (2Tm 3.16-17). A Arqueologia tem mostrado dia após dia a veracidade da narrativa bíblica, mostrando que tanto o Antigo quanto o Novo Testamentos não são depositários de mitos. O Evangelho está enraizado em fatos históricos, não em mitos. Ele é baseado no testemunho ocular de vários homens, como enfatiza o apóstolo Pedro: “Porque não nos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo seguindo fábulas artificialmente compostas, mas nós mesmos vimos a sua majestade” (2Pe 1.16).
Além disso, a Palavra de Deus condena veementemente a magia e a feitiçaria, bem como a supersticiosidade. As fábulas, crendices e os falsos ensinos são combatidos nas Sagradas Escrituras (2Tm 4.1-4). A expressão grega traduzida por fábula nesse texto de 2 Timóteo e em 1 Pedro é mythos. Ela é usada para descrever uma narrativa que, além de fictícia, é enganosa, sendo geralmente elaborada por um mestre falso com o objetivo de iludir.
Em 1 Timóteo 1.4, Paulo exorta seu filho na fé para que “não se dê a fábulas”, neste caso uma referência às lendas forçosamente relacionadas a narrativas do Antigo Testamento. Elas aparecem descritas pelo mesmo apóstolo em Tito 1.14 como “fábulas judaicas”.
Paulo ainda chega a ironizar a superstição judaica, chamando tais crenças sem fundamento de “fábulas profanas e de velhas” (1Tm 4.7). O apóstolo estava querendo dizer a Timóteo que, por não terem base bíblica, por serem simplesmente invenções humanas, criações que se tornaram populares para enganar o povo, eram ímpias, só servindo mesmo para entreter as conversas de velhinhas caducas.
Já no caso do texto de 2 Pedro 1.16, a referência é às histórias fabulosas, crenças e superstições criadas pelos primeiros mestres gnósticos, que para difundi-las se utilizaram da divulgação de evangelhos apócrifos por eles mesmos escritos. Enfim, a Bíblia é enfática contra a superstição.Portanto, fujamos de todo tipo de superstição. Que a nossa fé seja absolutamente bíblica!
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